Guaíra Celebra 73 Anos de História, Cultura e Progresso

Hoje, 14 de novembro, o Município de Guaíra comemora seu 73º aniversário de emancipação política, mas sua história é muito mais antiga, remontada a mais de 500 anos. A trajetória de Guaíra está profundamente entrelaçada com a história do Brasil e da América do Sul, com seu legado de desafios, desenvolvimento e conexão com a natureza.
O marco inicial dessa história se dá em 1525, quando o explorador Aleixo Garcia atravessou a região das Cataratas do Iguaçu e de Guaíra em direção ao Peru, que utilizava o caminho mítico do Peabiru. Aleixo foi provavelmente o primeiro europeu a admirar as majestosas quedas d'água do Rio Paraná, e deu o nome a elas de Cataratas do Rio Paraná. Em sua passagem, os espanhóis, indígenas e jesuítas passaram a coexistir, embora nem sempre pacificamente.
O século XVI marca a fundação das primeiras cidades. Em 1554, a Cidade Real Del Guayrá nascia na confluência do Rio Piquiri, e logo após, a Vila Rica do Espírito Santo, que se tornaria um importante polo econômico e religioso. Nas vilas prosperou a produção de erva-mate, um dos principais produtos de exportação. No entanto, a região sofreu o ataque dos bandeirantes em 1631, que resultou na destruição das vilas e na expulsão e extinção dos jesuítas e indígenas.
A erva-mate, no entanto, voltou a colocar Guaíra no mapa, especialmente com a chegada da Companhia Matte Larangeira, em 1882. Com o Porto Mojoli e o desenvolvimento da cidade. Guaíra se transformou em um importante polo industrial, equipado com infraestrutura avançada para à época, o que atraiu a admiração de figuras como o empresário Cézar Prieto Martinez.
No entanto, as décadas de 1940 e 1950 trouxeram novas mudanças. Com o fim das concessões de Matte Larangeira, Guaíra se viu em uma nova fase de crescimento, agora sob o comando de uma administração própria. Em 1951, finalmente, Guaíra foi eleito como município, e no ano seguinte, Gabriel Fialho Gurgel tomou posse como o primeiro prefeito. Nessa época, a cidade já contava com aeroporto, infraestrutura de saneamento, agências bancárias, escolas, e um sólido crescimento populacional.
Os anos 1960 trouxeram uma transformação definitiva com a construção da Hidrelétrica de Itaipu. Em 13 de outubro de 1982, Guaíra testemunhou com profundo luto o fechamento das comportas de Itaipu, que fez desaparecer o espetáculo natural das Sete Quedas. O impacto para o turismo foi enorme, mas Guaíra encontrou novas fontes de desenvolvimento.
Hoje, a economia de Guaíra é impulsionada pela agricultura e pela indústria de transformação. A cidade, próspera no cultivo de milho, soja e agricultura familiar, também se destaca na produção de subprodutos da mandioca.
O turismo em Guaíra avança com força total, impulsionado pelo ecoturismo, pesca esportiva, turismo de compras com suas lojas francas e a proximidade do Paraguai. Também conhecido como polo gastronômico, atrai visitantes encantados com os mais variados cardápios. Guaíra é uma cidade de rara beleza e natureza exuberante, que se destaca como um destino acolhedor e fascinante para quem busca conexão com o meio ambiente e cultura local.
Guaíra se orgulha de sua história e cultura e continua a avançar com o olhar para o futuro. Os versos do hino municipal ecoam esse sentimento de pertencimento e amor à terra, descrevendo-a como uma “Sentinela Vigilante da Terra Brasileira”, e, no coração de seus habitantes, permanece como um “jardim em flor”.
Assim, Guaíra comemora 73 anos de emancipação, mas traz consigo uma herança de cinco séculos. Que o orgulho e a história continuem a guiar o Município de Guaíra rumo ao progresso e à preservação de sua beleza e cultura.