União reconhece estado de emergência por estiagem declarado em maio pelo Município no Decreto nº 202/2024

Em 11 de abril do ano corrente houve uma reunião no CAM – Centro Administrativo Municipal, para discutir os impactos da estiagem prolongada em Guaíra. A reunião contou com a participação do vice-prefeito, do vereador e ex-secretário da SEMAIM, o Secretário de Segurança Pública e Trânsito e Coordenador da Defesa Civil Municipal, além de membros da equipe da secretaria municipal ligados à agricultura, engenheiros agrônomos representantes das cooperativas, representantes da EMATER - Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural e o Presidente do Sindicato Rural Patronal.
Na oportunidade ficou definido que uma equipe técnica, composta por membros do município e de órgãos relacionados, realizaria um levantamento detalhado dos danos para posteriormente encaminhar as informações à Defesa Civil.
Esse levantamento foi realizado e o resultado dos laudos trouxe o registro de informação de desastre com código de estiagem. O Município, então declarou por meio do Decreto nº 202/2024, situação de emergência nas áreas do Município afetadas por estiagem. Com isso a homologação do decreto (Decreto nº 5855) de emergência pela Defesa Civil Estadual foi emitida e a espera estava na liberação da Defesa Civil Federal, que justificou o atraso na resposta devido a situação emergencial do estado Gaúcho.
Mas nesta sexta-feira (21/06), foi publicado em Diário Oficial, a portaria nº 2194, o reconhecimento oficial da Defesa Civil Federal. Isso significa que Guaíra tem o decreto emergencial por estiagem, o que possibilita aos agricultores a conseguirem refinanciamentos, prorrogações de dívidas e ao Munícipio possibilidades de recursos emergenciais que tem o objetivo de minimizar os prejuízos ocasionados pela estiagem.
O Presidente do Sindicato Rural Patronal de Guaíra, Silvanir Rosset enfatiza a importância dessa conquista para os agricultores “Esse decreto vem como um amparo, uma segurança aos agricultores, para que possam enfrentar suas finanças com mais calma. O setor agrícola tem sofrido há alguns anos. Ora com excesso da chuva, ora com a falta dela, como é o caso desta safrinha de milho. O agricultor está descapitalizado, desde 2019 tivemos apenas uma safra cheia, que foi o milho do ano passado, porém naquele momento os preços não ajudaram. Para se ter uma ideia o produtor chegou a pagar 6 mil reais num Bag (com 20 sacos) de adubo. E na hora de vender o milho, o preço para muitos, mal deu para pagar o custo da produção. Os que tinham algum tipo de reserva teve que abrir mão e investir. Essa indústria de céu aberto tem muitos altos e baixos e depender do clima com todas essas mudanças não tem sido fácil. Essa segunda safra, que é o milho, é a porta do abismo para muitos, pois até aqui tem tido um equilíbrio, mas a quebra dos agricultores é iminente. Por exemplo, plantamos com os valores altos e estamos colhendo com o preço do saco a menos de 50 reais. E estamos colhendo pouco devido, a estiagem. Isso vira uma bola de neve. Costumo dizer que quando o agricultor vai bem todos ganham. Uma cidade como Guaíra que tem 35% da sua arrecadação proveniente do campo sofre muito quando o campo vai mal. A roda da economia começa a girar devagar, o agricultor já não investe em maquinário e nem na infraestrutura. Se antes comprava 6 parafusos, para deixar 3 de reserva, agora compra só os três que realmente precisa. Acaba por tornar a economia da prioridade e necessidade e não do “mais”. Assim, esse decreto é um importante suporte ao agricultor com certeza. Em nome do sindicato só temos a agradecer a todos o apoio que temos encontrado na administração municipal que entende o problema e nos ajuda dentro da legalidade no que é possível. ”