O Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio, representa um marco fundamental na defesa dos direitos humanos e na busca pela cidadania plena para pessoas em sofrimento psíquico. Este movimento teve início no final da década de 70 e ganhou força em 1987, com eventos significativos como o Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, em Bauru/SP, e a I Conferência Nacional de Saúde Mental. Esses encontros fomentaram a organização de diversas categorias profissionais, associações de usuários e familiares, instituições acadêmicas e representações políticas, com resultado na proposta de reforma do sistema psiquiátrico brasileiro.

A data de 18 de maio tornou-se simbólica para a luta contra os tratamentos que isolavam e excluíam pessoas com transtornos mentais. O novo modelo de cuidado busca assegurar que todos tenham o direito à liberdade, à convivência social e familiar, e ao tratamento em seu território de pertencimento, sem perder a cidadania.

Um marco importante deste movimento foi a aprovação da Lei 10.216/2001, conhecida como “Lei Paulo Delgado”. Esta lei redireciona o modelo de assistência, promove atendimentos menos invasivos e prioriza a reinserção dos pacientes na sociedade. Ela garante que os pacientes tenham acesso a informações sobre sua condição e tratamentos, além de proteção contra abusos e internações compulsórias sem consentimento.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são pilares dessa nova abordagem, oferece atendimento aberto e comunitário. Os CAPS atendem pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, além daqueles com necessidades decorrentes do uso de substâncias psicoativas. Em Guaíra/PR, o CAPS I foi implantado em 2012, e desde então, já atendeu 1.749 usuários, com 533 pacientes ativos atualmente.

Localizado na Rua Paraguai, 1317, no centro de Guaíra, o CAPS I opera das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17h. A equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais, oferece suporte terapêutico e promove a reabilitação psicossocial dos pacientes, preserva sua identidade e cidadania.

O CAPS I desenvolve atividades individuais e em grupo, oficinas terapêuticas, visitas domiciliares e atividades comunitárias, sempre com o objetivo de reconstruir os laços sociais, familiares e comunitários dos usuários. Através de uma lógica de estratificação de risco, os cuidados são personalizados conforme a gravidade dos casos, assegura que os recursos sejam adequadamente distribuídos e que cada usuário receba o atendimento mais adequado.

Neste Dia Nacional da Luta Antimanicomial, reforça a importância da liberdade, da inclusão social e do respeito aos direitos das pessoas com transtornos mentais, promove uma sociedade mais justa e acolhedora para todos.