ICMBIO Pede Desculpas a População Guairense

O ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, convocou na tarde desta quarta-feira dia 08 de maio uma coletiva de imprensa para explicar à população o porquê da densa fumaça que assola Guaíra nos últimos dias.
Uma comitiva do ICMBIO composta pelo Analista Ambiental e Diretor do ICBMIO João Paulo Morita, o Diretor da unidade Guaíra Tércio Pezenti, o Chefe Geral do Parque Nacional de Ilha Grande, Artur Sakamoto e o Analista Ambiental Pablo Casella, detalharam sobre o planejamento de queima prescrita iniciado no último dia 22/04/2024 na parte sul da Ilha Grande.
O Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) elaborado em 2022 por um conselho formado por diversas pessoas de diversas instituições e sociedade civil, encontra-se uma variedade de técnicas para preservar a integridade do ecossistema. Entre essas técnicas, destacam-se a construção de aceiros por intermédio de roçadas, capinas e a queima prescrita. Esta última, segundo o PMIF, é uma prática controlada, planejada e executada por especialistas com o objetivo de reduzir o acúmulo de material vegetal combustível, prevenir incêndios descontrolados e promover a regeneração de ecossistemas saudáveis.
Entretanto, a queimada ocorrida na Ilha Grande, próximo ao Município de Guaíra-PR, atingiu o limite programado de 2.000 hectares, porém devido a condições climáticas e ambientais não devidamente observadas, a fumaça acabou saindo do controle.
Segundo Paulo Morita, o objetivo era atear fogo em uma área de 2 mil hectares pela ala sul, de forma que formassem bolsões de mata, para deixar corredores de escape para animais grandes e também para que o fogo não se espalhasse rapidamente. Paulo destacou que o fogo é natural e faz parte da evolução dos biomas. Que as imagens que vemos capturadas pelos drones podem dar a impressão errada de devastação, mas na verdade o fogo é uma forma de preservação desde que seja controlado e observado. Essa área da Ilha grande foi escolhida justamente por ter um histórico de muitas queimadas, segundo a explicação de Paulo. “Tivemos queimadas em 2017, 2019 e 2021 nessa mesma área, incêndios que queimaram em menos de 14 horas, 36.000 hectares.
O que propomos na queima prescrita é queimar apenas a palhada que é combustível para grandes incêndios. Observem a diferença, queimas prescritas, tem planejamento e uma área predestinada com estudo de histórico e muitos outros fatores e incêndios são aqueles que ocorrem de forma criminosa e completamente sem controle. Essa é a primeira vez que empregamos essa técnica na Ilha grande e escolhemos esse local justamente devido o histórico. A intenção é minimizar a expansão de fogo criminosos. ”
Porém, Paulo Morita, também assume em nome do ICMBIO que “houve aprendizados”. Ele destacou que a comunicação antecipada sobre a queima foi pouca e que o descontrole com a fumaça não estava no planejamento, além de não terem o conhecimento que a onda de calor seria tão prolongada.
Perguntados sobre as consequências que a fumaça trouxe a comunidade de Guaíra Paulo, apenas pediu desculpas a toda população e disse que se tudo der errado a fumaça parará na próxima terça-feira e se tudo der certo a fumaça acaba antes do final de semana.
O ambientalista ainda explicou que 16 combatentes do fogo estão diariamente in loco. Vale ressaltar que essa equipe recebe o apoio incondicional do CORIPA – Consorcio Intermunicipal para Conservação do Remanescente do Rio Paraná e áreas de influência.
Primeiramente essa equipe utilizou a técnica de apagar o fogo em volta dos bolsões de mata, ação que foi ineficaz pois o fogo retornava rapidamente. Então hoje já foi adotado uma nova técnica, colocar fogo no restante desses bolsões de mata para que queime tudo rapidamente de uma vez, para que assim, encerre a fumaça.