Saiba um pouco mais sobre um dos temas da semana Inclusiva; O Autismo.

No último sábado (02/04), o Munícipio de Guaíra por intermédio da Secretaria de Educação via Diretoria de Educação Especial, iniciou a Semana da Educação Inclusiva aproveitando a data que promove mundialmente a conscientização do autismo.
Durante todo o período da ação que abrange a semana do dia 02/04 a 10/04, várias atividades que promovem a discussões de assuntos como autismo, bullying, entre outros, estão sendo promovidos.
Uma das profissionais que está a frente dessas ações, a psicóloga do Município, Marcia Marcelino Pedro, escreveu um texto para a Diretoria de Comunicação, onde relata com mais detalhes o assunto autismo. Confira.
“ LUGAR DE AUTISTA É EM TODO LUGAR”
O tema deste ano - Dia Mundial de Conscientização do Autismo – 02 de abril é “Lugar de autista é em todo lugar! ”, vem promover uma mensagem inclusiva à sociedade em relação ás pessoas com autismo.
Como transtorno característico da primeira infância, o autismo e seu espectro, nos convida sempre a olhar para a criança. Como esta seu desenvolvimento? Sinais de sofrimento e /ou atrasos nas suas aquisições, indicam riscos. Risco não é diagnóstico. Porém, o diagnóstico feito a tempo pode beneficiar a intervenção precoce. Por outro lado, há o risco de, se feito de modo fechado, induzir que se estabeleça a criança em uma posição estática, sem conceder espaço para a intervenção que promove as possibilidades de construção,
É fundamental a constituição de uma rede de atenção frente a estas crianças que apresentam riscos no desenvolvimento emocional. Necessita-se atender tanto aos pais, para ajuda-los no convívio com o filho, como a escola nos movimentos de inclusão, e nos diversos serviços de saúde, portanto é uma ação que envolve o social. Nesta perspectiva a Secretaria Municipal de Educação, por intermédio da diretoria de Educação Especial, desenvolve o Projeto Prevenção na Primeira Infância junto aos Centro Municipais de Educação Infantil, através do instrumento IRDI – Indicadores de Risco Psíquico no Desenvolvimento Infantil, observáveis nos primeiros 18 meses de vida da criança.
Na prática inclusiva, é importante estar abertos ao que a pessoa com autismo tem a nos ensinar com sua linguagem corporal, não verbal, pois neste quadro de sofrimento, já um ser que tem algo a nos dizer. Precisamos estar atentos para entender cada gesto da criança que não fala, mas se comunica através da sua presença, muitas vezes sem brincar e com a apresentação de rituais com objetos. Esta criança precisa que se converse com ela. Precisamos falar com ela e não sobre ela. Escutar suas respostas, mesmo que sejam em movimentos e gestos corporais, para promover o encontro com o outro. Falar com a criança ajudará na construção do seu mundo.
Relembrar a todos, pais, escola, sociedade, que há, para além de todos os critérios diagnósticos, uma subjetividade particular a cada criança inclusive ao seu filho autista, respeitar sua individualidade devolve à criança, a possibilidade de participar da sua história. O discurso médico pode ser importante, mas sempre insuficiente para falar sobre a grandeza do encontro, para o qual deve existir memória e futuro para além do autismo.