Participe da missa e café da manhã em alusão a Virgem de Caacupê

Próximo dia 8 de dezembro, é comemorado um dos feriados religiosos mais importantes para a cidade de Guaíra. Não se trata apenas da Virgem de Caacupê, santa padroeira do Paraguai, mas por meio da fé a esta santa, nasceu um dos maiores eventos culturais que o Município de Guaíra tem a mais de 80 anos.
A festa de Nossa Senhora de Caacupê, tradicionalmente realizada nos dias 7 e 8 de dezembro, começou seguinte forma:
A imagem, que de tão pequenina cabe na palma da mão, foi encontrada em um cenário da Guerra do Chaco, entre Bolívia e Paraguai, durante os anos de 1932 a 1935. Quando o armistício entre Bolívia e Paraguai foi assinado, em 1935, um militar buscou recordações no desolador cenário de luta. Este soldado pegou uma imagem esculpida em madeira e prata que acompanhava um combatente abatido. A imagem foi dada de presente para Quitéria Aguilera, mãe de dona Lucila, que então residia no Paraguai. Dona Quitéria entendeu que aquilo era um sinal e sob as bênçãos de um padre resolveu fazer um almoço e uma festa para dar às crianças carentes nos dias 8 de dezembro, como forma de homenagear a Santa. Quitéria levou essa promessa consigo quando imigrou ao Brasil, para o Mato Grosso do Sul, na fazenda Campanário, sede da Companhia Mate Larangeira. E depois a trouxe quando ela se mudou para Guaíra, em 1.940. Quando Quitéria faleceu, nos anos 1970, Dona Lucila deu sequência à tradição, ampliando o formato da festa e fazendo dela um atrativo cultural para toda a fronteira.
A Santinha, aliás, tem uma mística poderosa: ficou desaparecida por 12 anos e misteriosamente voltou ao seu lugar num dia 7 de dezembro. Muitos garantem que também já operou diversos milagres.
A festa da Dona Lucila, conforme conhecida por muita gente na cidade, preserva desde sempre o caráter de promessa, de bondade e caridade. “Minha mãe fazia questão de atender aos mais necessitados. Aprendi com ela”, diz Rubens.
Dona Lucila, cidadã honorária que dá nome também a um posto de saúde, notabilizou-se pela habilidade interpessoal e dotes culinários. Logo depois que chegou a Guaíra, em 1.940, assumiu a cozinha do primeiro hotel guairense (antiga Câmara, atual sede da Guarda Municipal). Depois, atuou como confeiteira e lidou com o comércio de comidas típicas paraguaias num espaço criado dentro de sua própria casa. Lá, chipas, pães caseiros e sopas paraguaias eram acompanhadas pelo famoso cocido, chá feito à base de erva-mate, açúcar e brasa de lenha. Aos domingos, macarrão de massa caseira e nhoque com massa de mandioca eram comercializados religiosamente.
Neste ano, não haverá a festa e sim uma comemoração diferente. A comemoração será apenas no dia 8 de dezembro, com a missa às 7h30 e logo após um café da manhã típico paraguaio na residência da saudosa Lucila Suares Arguello, agora gerenciada por seu filho Rubens Arguello, na rua Monjoli, 94, no bairro Vila velha.